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Precificação de produtos: como definir o preço certo

GESTÃO EMPRESARIAL
Gabriela Vitória
Redatora
16
min leitura

Diversos fatores influenciam no preço de venda do produto ou serviço. Afinal, é preciso encontrar um equilíbrio entre o faturamento e o preço justo para a clientela. Para isso, devem ser avaliados fatores como custos fixos e variáveis, estoque, concorrência, lucratividade, entre outros. 


Mas, será que existe uma maneira mais simples para realizar a precificação de produtos corretamente? Sim! Continue a leitura e descubra a importância da precificação e aprenda como calcular. 

A importância da precificação de produtos correta

A precificação correta tem direta relação com o sucesso do empreendimento. Muitas vezes, o empreendedor se preocupa em desenvolver estratégias para atração de clientes, mas com a precificação incorreta, as práticas são ineficazes. 


Isso porque, se o preço estiver muito acima do mercado, a venda não será concluída. Em contramão, se o preço não corresponder ao lucro mínimo, a empresa pode falir.


Sendo assim, entende-se que precificar corretamente influência na satisfação do consumidor, nos resultados da empresa, na manutenção positiva do fluxo de caixa e no enfrentamento da concorrência. Além disso, é importante considerar o poder aquisitivo do público que você almeja atingir.

Dicas para definir o preço certo

Agora que já entendemos a importância do preço correto, vamos às dicas! Basicamente, na hora de realizar a precificação de produtos quatro pontos merecem destaque: seus custos, o valor do lucro, a concorrência e o poder aquisitivo do consumidor. Entenda agora cada um desses pontos. 


É válido ressaltar que as dicas a seguir atendem tanto empresas que comercializam produtos quanto serviços.

  1. Considere seus custos e despesas

Primeiramente, é preciso lembrar a diferença entre custos e despesas e considerar esses valores na hora de precificar o produto. O custo são todos os gastos relacionados à fabricação do produto, como pagamento dos fornecedores. Já as despesas, envolvem os gastos de suporte para empresa, como energia e folha de pagamento. 


Os gastos podem ser fixos, como o aluguel, ou variáveis, por exemplo, comissões de funcionários. O segundo, varia conforme a quantidade de vendas, ou seja, não se repetem mensalmente. Por fim, os impostos pagos pela empresa também devem ser considerados na hora de definir o preço de produto. 


Toda essa soma é muito importante, uma vez que, se o preço não cobrir os gastos, mesmo com boas vendas, a empresa terá prejuízo.

  1. Determine a margem de lucro

O lucro é o resultado da diferença entre o que foi faturado com as vendas e os gastos calculados no tópico anterior. Ele pode ser bruto ou líquido. O lucro bruto é aquele que considera somente os custos variáveis, já o líquido abrange todos os custos da empresa.


É importante lembrar que não existe um lucro ideal. Cabe ao gestor definir o equilíbrio, visando competitividade no mercado.

  1. Observe a concorrência e o público alvo

O seu preço deve ser compatível com a região e com o preço praticado pela concorrência. Assim, a pesquisa de mercado deve incluir tanto a faixa de preço dos principais concorrentes quanto o poder aquisitivo do público alvo.


Uma boa dica é fazer uso de campanhas e estratégias sazonais abaixando o valor do produto e atraindo a clientela. Neste período, haverá uma competição ainda maior com os concorrentes, mas com o fim dos descontos, a competitividade voltará ao normal. Caso você faça as contas e veja que o seu produto não cumpre os requisitos mercadológicos, é válido estudar a troca dos fornecedores. 

Como precificar meus produtos?

Precificar produtos não é simples. Por mais que alguns fatores sejam mensuráveis, por exemplo, os gastos fixos, outros são complicados de serem definidos, como as variações do mercado. 


Por isso, atualmente, já existem várias fórmulas para se calcular o valor ideal. Além disso, alguns softwares de gestão também realizam o cálculo, reduzindo a chance de erro. 


Uma das fórmulas mais utilizadas para precificação de produtos é markup. Esse índice se baseia no custo do produto ou serviço para determinação do preço de venda. Resumidamente, funciona como o somatório entre o custo unitário e o lucro almejado. Mas, como fazer isso? Para descobrir, continue a leitura.

Como calcular o markup?

Como vimos até aqui, o preço de venda deve possibilitar a quitação de todas as despesas e impostos e ainda gerar uma margem de lucro. Assim:


Custos + Impostos + Despesas + Lucro = Preço de Venda


Mas, onde entra o markup? Para o cálculo correto, o markup é usado como índice divisor e multiplicador na hora de precificar os produtos. A seguir, entenderemos como funciona e como calcular cada tipo de markup.


No markup divisor, consideramos o CTV (Custo Total da Venda). O CTV corresponde ao somatório de todos os impostos e despesas ao percentual do lucro desejado. O resultado é dado em percentual. Veja o exemplo:

 

(+) ICMS da venda

= 18%

(+) PIS e COFINS

= 4,65%

(+) Comissão do Vendedor

= 2,5%

(+) Despesas Administrativas

= 6%

(+) Lucro desejado

= 20%

(=) CTV

= 51,15%


A partir daí é possível calcular o markup com a seguinte fórmula:


MKD = (PV - CTV) /100

Sendo, o MKD, o markup divisor e o PV, o preço de venda. O preço de venda deve ser considerado 100%. 


Veja abaixo um exemplo:

 

MKD

= (100 - 51,15) /100

MKD

= 48,85 /100

MKD

= 0,4885


Agora, usando o índice encontrado, calculamos o preço de venda do produto usando a seguinte fórmula:


PV = PC/MKD


Sendo, PC, o preço de custo do produto.

Veja abaixo um exemplo em que a loja compra o produto do fornecedor a R$100,00, ou seja, esse é o seu preço de custo. 

PV

= R$ 100,00 /0,4885

PV

= R$ 204,70

 

Sendo assim, considerando todos os gastos e o lucro, o valor ideal de venda ideal seria R$204,70 ou, arredondando, R$205,00.

A grande questão do markup divisor é que todas as contas descritas precisam ser repetida para os outros produtos da loja. Para agilizar o processo, é usado também o markup multiplicador. Esse facilita o cálculo dos demais produtos. 


A fórmula do markup multiplicador é baseada no markup divisor, sendo ela:


MKM = 1/MKD


Leia MKD, Markup Divisor e MKM, Markup Multiplicador. 


Veja abaixo o exemplo:


MKM

= 1 /0,4885

MKM

= 2,047708

 

Agora, para calcular o preço de venda usamos a seguinte fórmula:

PV = PC X MKM

Ainda mantendo o preço de custo a R$100,00, arredondando o exemplo anterior para 2,05, o preço de venda seria:

PV

= R$ 100,00 x 2,05

PV

= R$ 205,00

 

Logo, o preço de venda foi o mesmo que o alcançado com a conta do markup divisor. Isso representa que o markup multiplicador é um índice que quando aplicado sobre o custo do produto define o preço de venda ideal, considerando os gastos e o lucro almejado.

A grande vantagem é que esse mesmo índice pode ser aplicado para todos os demais produtos da empresa.

No caso do exemplo, o markup multiplicador é 2,05, certo? Se a empresa comercializar também uma xícara de café com o preço de custo de R$1,40, o valor da venda deve ser a multiplicação entre o preço de custo e markup multiplicador. Sendo assim:

PV = PC x MKM

PV

= R$ 1,40 x 2,05

PV

= R$ 2,87

 

Assim, o preço da xícara de café para o cliente sairia por R$2,87.

Entendeu como funciona para calcular o preço de venda? No começo é complicado, mas com o tempo, você não terá mais dificuldades. 

Dica extra: otimização na precificação de produtos

Enfim, chegou resposta para aquela pergunta do começo do texto: existe uma maneira mais simples para realizar a precificação de produtos corretamente? Sim, por meio de um software.

Se você não está disposto a realizar tantas contas para calcular a precificação certa dos seus produtos nem disposto a refazê-las quando precisar atualizar, vale a pena fazer uso de um software. 

O Simples Agenda, dentre diversas outras funcionalidades, oferece o recurso de cálculo de preço de venda. No software, você precisa apenas preencher os campos e pronto! O preço de venda é calculado.

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